Por Romario Paz
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta quinta-feira (21). A votação terminou com três votos a zero pela destituição, com os desembargadores Gabriel Zéfiro, Mauro Martins e Mafalda Luchese votando a favor. A decisão foi tomada após o TJ-RJ julgar a legalidade de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro em março de 2022, que resultou na eleição de Ednaldo Rodrigues para presidente da entidade por um mandato de quatro anos.
O TJ-RJ entendeu que o TAC é ilegal porque Ednaldo Rodrigues, que era o presidente interino da CBF na época, não poderia assinar o acordo porque poderia se beneficiar de tal acordo para se candidatar em seguida. Os vice-presidentes da CBF também reclamam que, com o TAC, perderam um ano de mandato.
Ednaldo Rodrigues ainda pode recorrer da decisão, mas, se ela for mantida, haverá uma nova eleição para a presidência da CBF em 30 dias. O escolhido pelo TJ-RJ para ser interventor da entidade é o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz.
crise na CBF começou em 2017, quando o Ministério Público do Rio de Janeiro questionou na Justiça a realização de uma Assembleia Geral da entidade que alterou as regras para as eleições na CBF. Tal decisão ocorreu sem a participação dos clubes, o que gerou a reclamação do MP.
O presidente da CBF na época era Marco Polo Del Nero. Foi sob essas regras eleitorais, contestadas pelo Ministério Público, que Rogério Caboclo foi eleito para um mandato que iria de abril de 2019 a abril de 2023.
Em julho de 2021, quando Rogério Caboclo estava afastado da presidência da CBF por denúncias de assédio, a Justiça do Rio de Janeiro anulou sua eleição – e a de seus vices – e decretou uma intervenção na entidade. Neste momento a CBF era presidida interinamente por Antonio Carlos Nunes, então o vice presidente mais velho da chapa de Caboclo.
Os interventores nomeados foram Reinaldo Carneiro Bastos e Rodolfo Landim, respectivamente presidentes da Federação Paulista de Futebol e Flamengo. Mas essa decisão foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro dias depois.
Em agosto de 2021, os vice-presidentes da CBF nomearam Ednaldo Rodrigues como presidente interino, até a conclusão do mandato de Rogério Caboclo, que terminaria em abril de 2023. Em março de 2022, Ednaldo Rodrigues e o Ministério Público do Rio de Janeiro assinaram o TAC que estabelecia novas regras eleitorais e, em teoria, deveria extinguir a ação que chegou a resultar numa intervenção na CBF.
Sob essas novas regras, Ednaldo Rodrigues se elegeu presidente da CBF como candidato único em 2022 para um mandato de quatro anos.
20/12/2024
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