Por Jorge Dias
Um dos momentos mais memoráveis da Seleção brasileira foi a Copa do Mundo de 1994. No geral, a década de 1990 representa um momento de superação da amarelinha, eliminados nas oitavas de final da Copa de 1990 para a Argentina, conquistariam o Tetra em 94 e seriam vices em 98.
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A frase antológica de Parreira "A Copa de 1994 foi mais fácil que a eliminatória" traduz bem a reconstrução de uma seleção que não conseguia engrenar. De 90 até 94, a Seleção brasileira contou com 3 treinadores e a classificação nas eliminatórias para a Copa dos EUA viria apenas no último jogo.
Mas as três seleções são consideradas uma das mais fortes que o Brasil já levaram para um Mundial, entre talentos jovens e veteranos vencedores, a Seleção se reinventou no final da década de 1990 com um futebol mais individual do que coletivo.
A mudança de postura entre Sebastião Lazaroni, treinador em 90, Parreira em 94 e Zagallo em 98, é muito nítida, uma seleção bagunçada para uma defensiva e no final com a sua verdadeira essência brasileira. O El Futbolero Brasil montou a seleção ideal da década de 1990, confira:
Titular em 90, 94 e 98, Taffarel é tido como um dos melhores goleiros que já existiram no futebol, seu auge profissional foi na campanha do Tetracampeonato em 94, sendo crucial para a classificação da Seleção Brasilera. Mas foi em 98, na França, em que Taffarel esteve no seu auge técnico.
A postura do goleiro e suas defesas milagrosas garantiram o Brasil vivo na competição, principalmente na semifinal contra a Holanda, onde defendeu dois pênaltis. Um deles lembrado até hoje como a defesa 'Sai, sai, sai, sai que é tua Taffarel". Hoje, trabalha como treinador de goleiros do Liverpool e da Seleção brasileira.
Cafu tem 4 Copas do Mundo no currículo e é um dos poucos jogadores vivos que podem se dar o luxo de dizer que é bicampeão mundial, esteve presente em 94 e em 02, nas campanhas do Tetra e do Penta, além de disputar em 98 e 06. Embora fosse reserva na Copa dos EUA, foi essencial atuando como ala e zagueiro.
Em 98 já era titular absoluto da posição, onde ganhou fama internacional e até hoje é considerado um dos maiores laterais da história. Cafu atua como embaixador da FIFA e rotineiramente representa a entidade em ações beneficientes. Tem se destacado por ações de filantropia.
Embora Mozer só tenha disputado a Copa de 1990, o zagueiro ídolo do Benfica foi essencial para a classificação do brasil nas eliminatória de duas Copas do Mundo. Titular absoluto nas classificatórias para 90 e 94. No ano da campanha do Tetra, uma hepatite o retirou da convocação para o Mundial. Hoje, Mozer atua como embaixador do Benfica.
Chamado de 'Pluto' pelos italianos, Aldair foi o exemplo firme de um zagueiro forte e cauteloso, tamanha força impediam que ele fosse vencido pelos tradicionais pivôs. Aldair ficou no banco em 1990, não atuando em nenhuma partida, mas foi titular absoluto nas campanhas de 1994 e 98.
Em 1994, foi convocado as pressas após o corte de Mozer, não era o preferido de Parreira para a posição, mas após a fase de grupos, assumiu a titularidade, que só deixaria após a Copa América de 1999. Hoje, Aldair atua como atleta de Futvôlei.
Considerado rápido e versátil, Leonardo era o titular absoluto da Seleção na lateral-esquerda, principalmente por saber atuar como ala e ponta. Embora na Copa de 1994, após sua expulsão nas oitavas de final para os Estados Unidos, ele acabou jogando o restante da Copa no banco de reservas.
Mesmo na reserva era rotineiramente acionado, tendo em vista que o experiente Branco não conseguia completar os jogos. Dividiu posição com Roberto Carlos em 98. Hoje é diretor de futebol, e seu trabalho mais recente foi no Paris Saint-Germain.
Considerado um dos volantes mais habilidosos da história do futebol brasileiro, Mauro Silva conquistou a fama internacional no Deportivo La Coruña e isso o levou para a Copa do Mundo em 1994. Foi titular absoluto nos 7 jogos do mundial. Hoje é vice-presidente da Federação Paulista de Futebol.
Desprovido das habilidades técnicas necessárias para um bom meia, Carlos Dunga, compensava com sua raça e força na atuação em campo. O volante influenciou tanto a forma da Seleção de jogar em 1990, quando foi chamado por Lazaroni, que a imprensa apelidou de 'Era Dunga'.
E justificou a fase mais aguerrida da Amarelinha, titular absoluto nas três copas da década de 1990, se tornou capitão em 1994 e em 1998, e estaria em 02 se não tivesse decidido parar dois anos antes. Dunga hoje é treinador de futebol, e atuou no comando da Seleção conquistando a Copa América de 2007.
Sim, o Müller brasileiro, atuou como meia-atacante, e muitas das vezes por opção do próprio Parreira atuou como atacante. Mas o meia tinha uma função muito especial: driblar. E nisso ele era muito bom. É considerado até hoje um dos melhores dribladores que já passaram pela Seleção Brasileira. Campeão em 1994, disputou os mundiais de 86, 90 e 94. Hoje é comentarista de futebol.
Ídolo de três das maiores torcidas do Rio de Janeiro, Flamengo, Vasco e Botafogo, Bebeto chegou a Seleção ainda nas eliminatórias para a Copa de 1994, e conquistou sua titularidade absoluta. A sua atuação ao lado de Romário era descrita como uma das combinações mais improváveis que poderia acontecer.
Se tornou ídolo do Brasil pela capacidade de resolver situações em um espaço muito pequeno, pela velocidade mas também por seus gols de voleio. A comemoração mais memorável de 94 foi quando homenageou seu filho recém-nascido fazendo o 'embala neném'. Hoje, Bebeto é deputado estadual no Rio de Janeiro.
Melhor do mundo em 96, 97 e 02, Ronaldo Fenômeno já era tratado como o sucessor natural de Romário, ambos chegaram a atuar juntos pela Seleção nas eliminatórias de 98 e 02. Não é nem preciso dizer no que Ronaldo se destacava, driblado e finalizador, recebeu seu apelido ainda na Internazionale.
Atuou em 1994 como reserva, e em 98 já era titular absoluto. Porém, a Copa na França deixou cicatrizes muito evidentes, na véspera da final, Ronaldo teve uma concussão cerebral que o afetou em campo, e em 02, atuou durante toda a Copa do Mundo com uma lesão no joelho. Hoje, Ronaldo é acionista majoritário do Real Valladolid da Espanha e do Cruzeiro do Brasil.
Ídolo de dois rivais no Rio de Janeiro, Flamengo e Vasco, Romário é o rosto da Seleção de 1994, em que muitos atribuem que o título só veio por conta dele. Isso era, internamente, tratado como verdade, em dado momento o baixinho afirmou para seus companheiro "vocês não sabem jogar nada, toca pra mim e pro Bebeto que a gente resolve".
Romário participou do Mundial de 90 e durante as eliminatórias de 1994, discutiu com Parreira por um amistoso em que ficou no banco de reservas, era quase certo a não participação de Romário na Copa de 94, mas a Seleção precisou dele na última partida das classificatórias para garantir a vaga.
Após ganhar o Mundial em 94, Romário se mudou para o Brasil com o título de melhor jogador do mundo para atuar no Flamengo. E no trajeto para 98, foi cortado do Mundial após se desentender com a comissão técnica de Zagallo. Ambos não se falam até hoje. Romário atualmente é senador da república pelo Rio de Janeiro.
Veja quem são os melhores zagueiros da história da Seleção Brasileira
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