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A proposta do Corinthians para acabar com todas as suas dividas

Corinthians faz proposta a justiça para pagar todas as suas dividas

Por Leandro Correira da Silva

Corinthians faz proposta a justiça para pagar todas as suas dividas
Corinthians faz proposta a justiça para pagar todas as suas dividas

O Corinthians cumpriu o prazo estabelecido pela Justiça e apresentou uma proposta para o pagamento dos credores listados no Regime de Centralização de Execuções (RCE). A iniciativa busca organizar a quitação das dívidas do clube de maneira estruturada e sustentável. A informação foi divulgada pelo Uol Esporte.

Detalhes da Proposta

A proposta do Corinthians prevê a destinação de 4% das receitas recorrentes, provenientes de bilheterias e patrocínios, para o pagamento igualitário dos credores. Além disso, 5% das receitas obtidas com a venda de direitos econômicos de jogadores serão alocadas em leilões reversos, com um deságio mínimo de 30%.

O clube pretende priorizar determinados credores na ordem de pagamento, incluindo idosos, portadores de doenças, gestantes, vítimas de acidente de trabalho e aqueles cujos créditos sejam inferiores a 60 salários-mínimos.

Também terão prioridade os credores que aceitarem um acordo de redução de 30% sobre o valor devido e aqueles que puderem gerar novas receitas para o Corinthians.

Outro ponto importante do plano são os benefícios oferecidos aos chamados "credores parceiros", que incluem fornecedores e prestadores de serviços que mantiverem contratos ativos com o clube ou contribuírem para o desbloqueio de valores bloqueados em processos judiciais. Esses credores receberão 50% das parcelas de distribuição estabelecidas na proposta.

Dívidas do Corinthians

No documento apresentado à Justiça, o Corinthians declarou possuir um passivo de R$ 926 milhões em dívidas com credores diversos, incluindo fornecedores, agentes, jogadores e processos judiciais. Desse montante, R$ 367 milhões estão diretamente incluídos no Regime de Centralização de Execuções.

Além dessas obrigações, o clube também possui um débito expressivo com a Receita Federal. As dívidas tributárias somam R$ 817 milhões, enquanto os débitos relativos à Arena Corinthians chegam a R$ 677 milhões.

Entenda o Regime de Centralização de Execuções (RCE)

Em dezembro de 2024, as contas do Corinthians foram bloqueadas pela Justiça, o que levou o clube a recorrer à Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para garantir uma reorganização financeira.

Com base nessa legislação, foi aprovado o Regime de Centralização de Execuções (RCE), um mecanismo que permite ao clube administrar e parcelar suas dívidas sob supervisão judicial.

O artigo 13, inciso I, da Lei nº 14.193/2021 foi utilizado como fundamento para a solicitação do Corinthians. Esse artigo possibilita que clubes de futebol ou sociedades empresárias originais efetuem pagamentos diretamente aos seus credores ou recorram ao Regime de Centralização de Execuções para organizar suas obrigações financeiras.

Com a aprovação do RCE, o Corinthians teve um prazo de 60 dias para apresentar um plano detalhado de pagamento aos credores, com vencimento no início de fevereiro de 2025.

A proposta agora será analisada por uma das Varas de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, que decidirá sobre sua viabilidade e implementação.

Enquanto o plano estiver em vigor, o Corinthians estará protegido contra bloqueios judiciais de patrimônio e receitas. Isso permite que o clube mantenha suas operações e continue buscando alternativas para equilibrar suas finanças.

Impacto e Expectativas

A iniciativa do Corinthians reflete a necessidade de clubes de futebol brasileiros buscarem soluções estruturadas para o endividamento crescente. Com um plano de pagamento definido e aprovado pela Justiça, o Timão poderá planejar suas finanças de maneira mais eficiente, garantindo maior previsibilidade para investidores, patrocinadores e demais stakeholders.

Se a proposta for aceita, a expectativa é que o clube consiga reduzir gradativamente sua dívida sem comprometer sua competitividade esportiva. No entanto, a implementação do plano dependerá da aprovação judicial e da adesão dos credores aos termos propostos.

O caso do Corinthians pode servir como um modelo para outros clubes endividados no Brasil, demonstrando que a adoção de medidas legais como o RCE pode ser uma alternativa viável para equacionar passivos e evitar crises financeiras ainda mais graves.

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